A SALINEIRA
Rosto ao vento
gemendo sob o peso
da canastra de sal
a salineira carrega cristais de sonho
num sofrimento milenar
consentido.
Pés descalços e encardidos
fazem tape-tape
no lajedo do cais
e o céu se espelha
na doce calmaria da Ria.
Gaivotas nervosas
cruzam o espaço
com gritos estridentes
e os barcos saleiros
cheirando a maresia
balouçam ao ritmo
da descarga
Praguedo inocente
se espalha no ar
saído das bocas de carregadores
atarefados.
Ao longe
a grande planície
se espreguiça nos braços da Ria
e as ervas dos esteiros murmuram
as canções do vento.
De onde em onde
montes de sal
pontilham o horizonte
como seios voltados ao céu
Jeremias Bandarra
Rosto ao vento
gemendo sob o peso
da canastra de sal
a salineira carrega cristais de sonho
num sofrimento milenar
consentido.
Pés descalços e encardidos
fazem tape-tape
no lajedo do cais
e o céu se espelha
na doce calmaria da Ria.
Gaivotas nervosas
cruzam o espaço
com gritos estridentes
e os barcos saleiros
cheirando a maresia
balouçam ao ritmo
da descarga
Praguedo inocente
se espalha no ar
saído das bocas de carregadores
atarefados.
Ao longe
a grande planície
se espreguiça nos braços da Ria
e as ervas dos esteiros murmuram
as canções do vento.
De onde em onde
montes de sal
pontilham o horizonte
como seios voltados ao céu
Jeremias Bandarra
1 comentário:
Belo poema ;-)
Assim é a salineira.
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