AVEIRO EM REFLEXOS DE AMOR
Na ternura húmida
dos canais
que transportam
o azul do céu,
há gestos de corpos
invisíveis,
reflexos de amor
estampados em moliceiros,
pintados com desenhos
e frases improváveis.
Gaivotas cavalgam
o vento
vindo de um mar
tumultuoso,
que gera catedrais
de sal.
Silêncios congelados
na memória,
sopram aos meus
ouvidos
sons do andar de
tricanas e gritos
de cagaréus
em barcos
de outrora.
Já não passa
por aqui a muralha
imortalizada agora
no traço fugaz
de Siza,
mas tu continuas
menina,
com colo de princesa
e cabelos de varina.
As mulheres plurais
com restos de batôn
vermelho nos lábios,
sabem porque
te amei de repente.
Não finjas que não
me conheces
só porque não caminho
sobre as águas.
Sérgio de Azeredo Porto
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