LINHA DE ÁGUA
Imensidão de horizontes, linha de água
projectada a sal
a púrpura
a giesta brava
em dias de névoa a Ria é o mar
a Ria é o escaler da minha terra firme
espelho azul e verde
e verde e azul em anémonas de moliço
milhas de sol-pôr no quebra-mar
em dias de sol a Ria é vida
música, som, La Bohème d'Aznavour
ondas que levaram gentes e murmúrios
sons numa só língua
que regressou mestiça e negra
e branca e pura
língua de areia e sal
mescla infinita de regressos e partidas
e volta o verde de tão verde
volta o sorriso ao quebra-mar
em dias de chuva a Ria é rio
lágrimas fundas de um outro dia igual
enquanto o moliceiro se espelha nos canais
desliza suave a minha linha de água
Olinda Beja
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