quarta-feira, 10 de junho de 2009

Folhas - Letras & outros ofícios nº 12

O POENTE



O poente, que as árvores da montanha
coam, traz-nos a serenidade,
o sentir o poder da noite,
o brilho da certeza. É uma chuva
por onde corre a finitude,
a fusão do eu com as coisas.

Parece que as estrelas estão
mais próximas; que o silêncio
nos aconchega o olhar: sinais
que ladeiam o caminho,
paisagens que nos inquietam.

Enquanto nos preparamos para
a viagem, apreciemos a frescura
e o espírito de um espumante,
rápida imagem, transportando-nos
à caverna dos sonhos, tornando-os
transitória memória, ou sombra.


Manuel Dias da Silva

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