BLUES DO DESERTO
os ecos ressoam longe por dentro das cinzas,
aragem feroz das ruínas desfalecidas.
gritos mudos, sangue das aldeias do deserto.
uma aridez, sem cântaros húmidos de chuva.
nascem crianças, corpos de sede na miragem
do trilho da água. maresia distante, muito.
rosas do deserto, essas crianças de olhos imensos.
como aves nómadas a serem medo contra o vento,
vida contra a morte, crescem os passos às nuvens,
escutam fábulas na noite da sua terra de ninguém.
Maria Manuel
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