Ausência
Quando olho o vazio na noite escura,
recordo com saudade os tempos em que brincava
com os pés descalços, na terra calcada
por tantos outros antes de mim.
Somente a lembrança me faz sonhar
com a felicidade sentida
nesses momentos
em que o meu corpo
entrava em comunhão com a natureza.
Das "penhoras" feitas nas quintas
com os gandulas de então
tomando a chefia.
Nos assaltos à fruta, coordenados ao pormenor.
Na minha anuência à voz dos chefes...
Aquando dos Santos populares
eram a madeira e os troncos esquecidos
nos quintais da vizinhança
os nossos alvos preferidos.
E que bem que crepitavam
nessas noites que não voltam.
Como um grande pensador dizia:
"tudo na vida tem um prazo de validade"
mas para mim
olhando o vazio da noite escura
sinto saudades desse tempo passado.
Naia Sardo
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