domingo, 14 de fevereiro de 2010
Dos corpos - Maria Manuel
DOS CORPOS
na nudez clara do teu olhar
escuto o areal da nossa casa
ecos de um marulhar a ser
água na inteireza dos lábios.
nossos corpos enlaçados
mãos abertas sobre o ventre.
como se uma ardência nas paredes
suturadas da pele, uma redenção.
A PINA BAUSH
os vestidos vermelhos serpenteiam
os corpos em meio do quotidiano
encenado na percussão do palco.
de desencontros, mulheres e homens
esgotando os rumos improváveis
dedos intrépidos a pulsar fios de sangue
pernas como precipitadas de sedentas.
súbito um segundo, os corpos parecem
levitar o ar de ossos arqueados, limite
de um vácuo na terra dos homens
volteio de braços a desafiar o enlace.
nós emudecemos suspensos.
Maria Manuel
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