Chove
Chove!
Faz frio cá fora neste sentada sozinha
Ouve-se o barulho-chuva cair nos beirais
Com pa ssa da men te….
O seu som embala ao cair nas árvores altas
Lavando o ar-cinza da semi-obscuridade.
Nada move os quietos prédios verticais
Onde a chuva escorre, chorando vidros abaixo
Gotículas-lágrimas doces silenciosas.
Tanto frio!
Não sinto os pés nem a alma…
Chove agora em turbilhão
E o silêncio do lado de cá
Atroa ao som da chuva que fustiga o lado de lá.
Um vento gélido varre o telheiro-cimento
Onde sentada me encontro escrevendo
Trança de água nesta tarde invernada
Triste, profundamente negro-triste.
Chuva-fria!
Pesada a tarde, a chuva e o frio
O silêncio ensurdecedor deste lado
E o ritmo compassado do outro
Os prédios rígido-verticais
Estes blocos-cimento abandonados
E esta solidão tão desnuda!
Ah, tarde sem fim!
Que em mim estás morrendo
E morrendo eu em ti.
Ana Paula Mabrouk
domingo, 15 de novembro de 2009
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2 comentários:
Olá Ana!
Às vezes a solidão, faz-nos escrever "obras de arte". Pena é doer!!!
Bjs. Amiga.
Maria Mamede
Obrigada amiga!
Beijos
Ana Paula Mabrouk
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