domingo, 22 de novembro de 2009
Silêncio - J.T. Parreira
TU NO MEU SILÊNCIO
Estive contigo todo o dia no meu ouvido
à volta do meu pescoço
o teu perfume, de gotas brilhantes
invisíveis, na dupla palma
das minhas mãos o vento
traz o minúsculo instante da poeira
Estive com os meus cabelos
sonhando com as tuas mãos
estive a respirar o ar
que deixaste para trás
guardei na minha retina a soma
do abrir e fechar dos teus olhos
o teu silêncio agora toca-se
em cada coisa que ficou
cuja textura é inquebrável
como uma lágrima.
J.T.Parreira
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FALSA PARTIDA
Yo no quiero cargar con tus maletas
Joaquín Sabina
Eu não quero carregar as tuas malas
cheias de um tempo de alegrias
água agora
das lágrimas que fizemos um ao outro
Eu não quero levar-te à porta
da casa que sonhamosser nossas paredes
E enfrentar a rua com seus autos fechados
e peões indiferentes e uma chuva
como pontas do universo
que naufraga
Não quero mais ouvir aquele disco
a rodar como uma valsa
que nossos corpos sopraram nos salões
Eu não quero nunca mais
sonhar esta partida de silêncios
senão aquele que perdoa e me recolhe
nos teus olhos tanta vez.
J.T.PARREIRA
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1 comentário:
GOSTEI MUITO!
"inquebrável/como uma lágrima"
Belíssma imagem.
Abraço
Maria Mamede
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