NA TUA BOCA
Pela tua boca,
polpa doce e macia,
devoro o prato das memórias.
E, com os olhos do silêncio,
sigo das andorinhas o voo
até ao fio
do horizonte,
em que na tua boca
me deito.
Desço as alças ao vestido
da alma, e com a polpa
dos dedos cegos
permito o deslizar da seiva,
que pela tua boca
de groselha
me conduz à madrugada.
É na tua boca,
pão, fruto, nenúfar,
flor de água,
que me deito
e desperto
desfolhada.
turíbia figueiredo
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