não sei quando desaguaram nossos olhares
neste mesmo abismo de luz. como duas aves
únicas, impulso de asas à mesma sede.
estendeste-me depois a mão, concha
de rosas a soprar ternura a soprar desejo,
pétalas pólen orvalho espinhos. caminhos
pela orla húmida na hora das marés,
em meio das urzes, mel escoado de sol,
rentes às paredes saturadas de pêndulos.
e lentamente na lassidão da madrugada
no respirar crepúsculo na fundura da noite
ou na ausência, dizemos nosso nome amor.
Maria Manuel Rocha
Sem comentários:
Enviar um comentário