Escrevo
os rios rubros da lava
vertida em brasa,
imolação tremenda.
os leitos cálidos
a escassez do arado
os cutelos nas raizes.
a voragem das espirais
como espectros cinza
a despenhar caos.
as margens desvalidas
no sorvedouro vasto
das vagas, em tragos.
as fissuras da terra
covas escavadas,
o peso das pedras.
Escrevo
a fuligem das vozes
esquivas à indigência
os gatilhos surdos
como sismos, estilhaços.
A nudez
das casas das hastes
as aves refugiadas
as vidas as campas
os sonhos mudos.
E por dentro da ruína
os rostos de um dia,
olhares em suspensão
ou mãos em despertar
um dia outro, um dia outro.
Maria Manuel Rocha
os rios rubros da lava
vertida em brasa,
imolação tremenda.
os leitos cálidos
a escassez do arado
os cutelos nas raizes.
a voragem das espirais
como espectros cinza
a despenhar caos.
as margens desvalidas
no sorvedouro vasto
das vagas, em tragos.
as fissuras da terra
covas escavadas,
o peso das pedras.
Escrevo
a fuligem das vozes
esquivas à indigência
os gatilhos surdos
como sismos, estilhaços.
A nudez
das casas das hastes
as aves refugiadas
as vidas as campas
os sonhos mudos.
E por dentro da ruína
os rostos de um dia,
olhares em suspensão
ou mãos em despertar
um dia outro, um dia outro.
Maria Manuel Rocha
Sem comentários:
Enviar um comentário